quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobre a Cividade de Terroso

«Princípio da tarde de um ensolarado dia de Agosto do ano de 137 a.C.
Do alto da Cividade avista-se um deslumbrante panorama da região, marcado pelo azul profundo do mar a Poente. Nos pátios lajeados as actividades desenrolam-se como normalmente: o oleiro molda mais um vaso de elegante decoração; o som do tear soa na casa vizinha e o grito das crianças a brincarem nas ruas empedradas. Mas sente-se, no olhar dos homens e mulheres, a preocupação. Para lá do rio Durius, grandes colunas de fumo erguem-se no alto dos montes ocupados pelos Turdulos velhos e um estranho bramido ecoa de longe como se muitas vozes se erguessem e o ruído de milhares de armas se cruzassem em combates de morte.

As notícias que chegavam de Sul não podiam ser mais perturbadoras. Desde que o grande chefe lusitano Viriato havia sido assassinado às mãos dos traidores, que o exército romano havia esmagado as hordas de lusitanos e de povos da montanha em combates atrozes. Falava-se em milhares de mortos e de inúmeros cativos enviados para a escravidão em Roma. Os jovens, que haviam partido para combaterem ao lado dos lusitanos, regressavam maltratados e feridos, contando que Roma havia enviado, não um general como até aí, mas um Cônsul, Decimus Junius Brutus de seu nome, para esmagar os Galaicos.

Partindo de Olissipo ele havia fortificado uma ilha no Tagus e, rumando para Norte, em vez de dar luta aos grupos de guerrilheiros dos derrotados lusitanos que fugiam, lançara-se numa sistemática ocupação e destruição do território. Os mais importantes povoados eram atacados impiedosamente, as suas muralhas derrubadas pelos experientes soldados e pelas poderosas máquinas de guerra. Aos que se rendiam sem resistência a cidade era poupada levando-lhes os gados e os tesouros. Aos que resistiam a morte e a destruição caia sobre eles e aos que restavam, muitas vezes, esperava-os o cativeiro. Em muitos sítios eram levados os filhos dos chefes como reféns, para serem educados em Roma garantindo, assim, a obediência do povo derrotado. »

Recriação Histórica na Cividade de Terroso
Por Prof. Flores 19 Agosto de 2008 para Archport Coimbra

Fotos da Recriação Histórica na Cividade de Terroso 2009
Fotos da Recriação Histórica na Cividade de Terroso 2008

Núcleo Interpretativo da Cividade de Terroso

Outros linkam:
CASTRENOR – Cultura Castreja no Noroeste Peninsular
Wikipédia
Blog Póvoa 2010
Castros de Galicia
Aspectos da Proto-História e Romanização do Litoral Minhoto

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